terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A boleia


Depois de um dia de trabalho e já na hora de saída tocou o telefone (oh!! quem será?).
-Será que me dás uma boleia?
-Claro que sim, já vou sair.
Quando cheguei junto do carro já lá se encontrava e fomos entrando.
-Mais um dia de trabalho que ficou para trás.
-É verdade, e hoje estou mesmo cansada.
Mal iniciamos a viagem reparei que existia uma fila de trânsito (para/arranca, que seca). Numa das trocas de mudança existiu um toque de mãos assim meio sem querer, de leve, quase um acaso. Os dedos se entrelaçaram, enroscando-se lentamente. E as mãos se apertaram trémulas, eloquentes, quentes (fez-se silencio).
Ninguém podia imaginar a cumplicidade, muito menos o calor que lhe subia pelo corpo, num movimento irresistível, as mãos coladas de emoção deslizaram pela perna feminina, encaixando-se ansiosamente nos recantos de seu sexo (bué de coragem).
Com uma leve pressão, carícias profundas, ouviram-se alguns gemidos contidos.
Achei melhor sair da fila em que seguia e encostei na berma para um contacto final. A mão feminina deixou sua parceira mergulhada entre tecidos e pernas e avançou rapidamente para sentir entre os dedos o latejar gritante do sexo que, desesperado, se agitava sob as calças.
E num repente e sem que nada o fizesse esperar saiu da viatura apressada deixando-me ali sozinho sem reacção.
Fiquei ali algum tempo para tentar perceber o que tinha acontecido mas...
Acabei por entrar na "fila" e seguir para casa no fim de um dia de trabalho que terminou diferente dos outros.

Fruto proibido... mas gostoso


-Sou casada (disse num tímido mas sensual sussurro).
-Eu não sou ciumento (respondi , enquanto a olhava bem nos olhos).
Lá fora, a chuva não dava descanso.
Não fazia ideia como tinha conseguido que ela estivesse comigo naquele lugar. Tantas vezes tinha imaginado em minha mente (a sonhar alto, claro), a vontade louca de a sentir assim tão perto. Noites a fio sonhava com ela, mas o fim era sempre o mesmo (mais um sonho).
Por entre as sombras da escuridão, Maria se revelava a mulher ardente nos momentos da companhia dele… mas só. Era uma mulher plena e sublime, com paixão para dar e vender, inventando desculpas esfarrapadas para que o homem não ultrapassasse a última e definitiva fronteira.
-É melhor parar por aqui. Não posso... (num gemido enquanto a beijava e tentava chegar ao seio, passando a mão por debaixo da blusa).
-Não contarei nada a ninguém, nestas coisas de amor simplesmente acontece em nossas vidas (murmurei).
Uma a uma fui-a libertando de todas a peças de roupa deixando uma mistura de bafo e saliva pelo seu corpo. Tremeu (arrepiando-se), senti que a respiração ficou mais rápida, estava à beira da loucura (achei que subiria as paredes). Nunca poderia imaginar em que mares de puro prazer ela ira afundar nesta tarde chuvosa e fria. Mas aconteceu, tinha atingido a loucura, viajava pelo corpo dela como se conhecesse cada centímetro, cada canto de sua sensualidade, fazendo-a vibrar até ao extremo do belo prazer, (fazia com que sentisse mais mulher). Mordia a sua alma com beijos, dando-lhe á boca o fruto da perdição. Entre carícias e beijos sentia que a vontade lhe aumentava (percebia-se no olhar). De repente... o centro do Mundo era ali... ambos os corpos em perfeita cópula. Naquele momento a terra parou, (nada mais existia) aumentara o odor a confusão e excitação, como se todos os homens e mulheres, todos os amantes, todas as relações malditas e condenadas, ficassem resumidas a estes corpos, suados e brilhantes. Tudo deixou de existir (pudera…). A tarde de chuva torrencial, as faces familiares que sem dúvida os repreenderiam, os gritos e os silêncios.
Muito perto de atingir o limite e, estava ali com tudo que havia sonhado dias a fio, tudo o que sempre quisera e não pudera alcançar, ela acarinhando, e abraçando ia implorando para que aquele momento magnífico permanecesse, sem se preocupar se o mundo ia acabar, em chuva ou em fogo, sem se importar com o facto de ser casada e de partilhar este seu amor proibido… e eu depois de um breve fechar de olhos, fiquei na dúvida se…
-Não, não foi mais um sonho (será que foi?)